sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Balanço 2012

"Life can only be understood backwards; but it must be lived forwards." (Soren Kierkegaard)

Eu não tenho do que reclamar de 2012. Estou com paz, saúde e ~R$650.000,00 mais rico. Perdi a virgindade do milhão antes dos 30 e meu portfólio rendeu excelentes +20,41%. Resultado maravilhoso pra alguém que nunca foi bom em nada. Para quem gosta de pornografia financeira segue a rentabilidade dos meus portfólios em 2012:

  • Portfólio geral: +20,41%
  • Mid-Large Value: +8,74%
  • Small/Micro-Cap Value: +24,01%
  • Imóveis/FIIs: +40,67%
  • Renda Fixa: +9,86%

Benchmarks:
  • MLCX: +12,09%
  • SMLL: +28,67%
  • Ibovespa: +7,4%
  • IFIX: +29,3%


Mid-Large Value: 

Estando o portfolio 33% em elétricas, é uma surpresa que consegui finalizar o ano no positivo. Levei uma encoxada por trás da Dilma tanto em BBAS3 quanto nas elétricas, mas as outras ações ao menos serviram de vaselina!

  • Melhor performance: SBSP3: +73,7%
  • Pior performance: Eletropobreta3: -47,4%


Small/Micro-Cap Value:

Fiz algumas apostas nesse portoflio, entre elas FJTA4 (me dei muito bem), MGEL4 (me fudi) e TERI3 (ok).  No geral, o mercado proporcionou excelente performance e prêmio de tamanho em 2012.

  • Melhor performance: GRND3: +133,1%
  • Pior performance: MGEL4: -41,4%

Imóveis:

Apesar da alocação conservadora praticamente sem contratos build-to-suit, sem FIIs de papéis, renda mínima ou fundo de fundos minha performance foi sem dúvida excepcional. Nada a reclamar em 2012. Já 2013...

Renda Fixa:

BVA.

Meus chutes completamente sem mira para 2013:
  • Mid-Large Value: +15%
  • Small/Micro-Cap Value: +15%
  • Imóveis: -10%
  • Renda Fixa: +7%
  • Portfólio: 4%
Quanto ao blog, infelizmente ele ficou meio de lado: trabalho, namoro, lazer e um pouco de saturação quanto a finanças relegaram este espaço para um papel secundário. Não irei prometer nada diferente para 2013.


Que 2013 seja exatamente como 2012! Rumo aos milhões, com disciplina, inteligência e paciência!

Quanto mais alto se sobe, mais longe é o horizonte.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Utilizando o FGC na prática - Parte III

Conforme notícia trazida pelos colegas nos comentários que pode ser lida aqui, a reportagem informa que o FGC já pagou cerca de R$1 bilhão aos investidores do BVA. Como vi pelo site que nada ainda foi pago aos pequenos investidores, resolvi tirar a dúvida com o próprio FGC, em que fui rapidamente respondido:

"Prezado

Os valores pagos foram do produto DPGE que tem como caracteristica designada pelo Banco Central o pagamento em até 3 dias, as ordinárias (os outros produtos garantidos pelo FGC), não foram liberados para pagamento.

Todas as informações serão disponibilizadas em nosso site, após finalização do levantamento do interventor designado pelo Banco Central, sem previsão de data.

Por gentileza, acompanhe as informações nos comunicados de nosso Site.

www.fgc.org.br à *Comunicado – Banco BVA S.A.*

Atenciosamente,

Fundo Garantidor de Créditos – FGC"


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Utilizando o FGC na prática - Parte II

Segue comunicado emitido pelo FGC sobre a intervenção no BVA: Aqui

Conteúdo do comunicado:

"Ref.  Banco BVA S.A. – Sob Intervenção

Pagamento aos Credores 

Prezados Senhores Credores,

Referimo-nos ao Ato-Presi  1.238, de  19.10.2012, por meio do qual  foi
decretada a Intervenção no Banco BVA S.A., CNPJ 32.254.138/0001-03, com 
sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para informá-los que estaremos 
disponibilizando instruções para que seja realizado o pagamento aos credores 
de investimentos garantidos por este Fundo Garantidor de Créditos - FGC.
Tão logo  tenhamos  a identificação dos investidores, a ser fornecida pela 
CETIP,  os pagamentos serão imediatamente  disponibilizados  aos  credores 
titulares de DPGE – Depósitos a Prazo com Garantia Especial do FGC.
Oportunamente serão divulgadas as datas para o pagamento de garantia aos 
demais credores.

São Paulo, 19 de outubro de 2012.

Fundo Garantidor de Créditos – FGC
A Diretoria"

Não há duvida, portanto, que de fato só receberei esse dinheiro através do FGC, sendo que os titulares de DPGE serão pagos antes. Procedimento igual foi realizado no Cruzeiro do Sul e Prosper. Não há nada a se fazer além de aguardar o próximo comunicado.

Utilizando o FGC na prática - Parte I

Cá estava eu tentando terminar meu artigo sobre renda fixa em que falo, dentre outras coisas, sobre a garantia do FGC como um "almoço grátis", quando recebo essa pequena bomba atômica nas notícias: Banco Central Decreta Intervenção no BVA.

Eu possuo cerca de R$60.000,00 investidos em uma LCI do BVA com vencimento em 2013. Até onde eu saiba, não existe nenhum relato na prática de alguém que utilizou o FGC, como é feito o cálculo dos juros, o prazo e forma de recebimento, etc. Portanto, muito a contragosto, está iniciada a minha Via Crúcis até o calvário do FGC e atualizarei, em primeira mão, todo o doloroso procedimento para o deleite schadenfreudístico de vocês!

Excelente fim de semana a todos!


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Perguntas dos Leitores - Parte III

Após um tempo sem postar, segue a terceira leva de perguntas feitas ao blog:

"Olá VR bom dia. Espero que tenha a sorte de você responder minha pergunta.

É o seguinte sou novo em investimentos, a uns quatro meses estou investindo no TD (NTN-B principal) meu objetivo é aposentadoria, a uns quinze dias  estou querendo  investir em Fundos de Índice (ETFs) PIBB11 ou  BOVA11. Minha corretora atual é a Socopa, fiz o cadastro lá, pois ela não cobra taxa de custodia para o TD e de envio de DOC, mas tem corretagem fixa de $ 7,00 em todas as operações.

Meu plano é o seguinte:

Abri uma conta na corretora Octor Rico, pois ela cobra corretagem $9,90 no padrão e $4,40 no fracionário. E taxa de mensal fixa de $6,90 (ao realizar, ao menos, uma operação por mês, não paga).

Pretendo investir inicialmente $ 3000,00 e depois uns $ 1.000,00 por mês em Bova ou Pibb11.

Com estes valores vale apenas investir nestes papéis?

Vale apenas comprar no fracionário para pagar corretagem de $ 4,40?

Obs: não pago DOC, pois uso um conta digital do BB.

Tenho 40 anos (não vou fica rico com 42 aêêê.. ) mais pelo menos comecei a investir um pouco. Antes tarde do que nunca......

Valeu, abração.

E parabéns pelo Blog e por sua disciplina em investimentos."


Olá meu caro. Utilizar a conta na Octo foi um erro, pois para ETFs o lote padrão é de 10 quotas, portanto com R$600,00-R$900,00 você já compra um lote, o que torna a corretagem da Octo mais cara.

Com certeza R$1.000,00 já é um valor que torna possível o investimento em ETFs. Com o custo de corretagem em ~0,7-1% da aplicação eu recomendaria o investimento a cada 2 meses, geraria uma economia de R$7,00 por mês a um custo de oportunidade teórico de R$7-10,00 (com expectativa de retorno de 1% ao mês), mas como a economia da corretagem não possui risco, a meu ver a aplicação a cada 2 meses possui uma relação risco x retorno mais interessante.

O importante é começar, com 40 anos ainda é plenamente possível ter uma aposentadoria antecipada!

"Grande VR !!!!!!

Já que vc é o cara com os números me dá uma ajudinha aí, gostaria de saber como ¨trazer¨ valores nominais futuros para valores presentes, por exemplo, um milhão daqui a 10 anos com inflação de 4,5%a.a. vai valer quanto se eu for ¨trazer¨ esse valor para os valore de hj ? Como sou leigo em matemática financeira gostaria que vc explicasse como estivesse explicando para uma aluno de 15 anos do ensino médio :)

Vlw !!!!!!!!!!!!!!!"

Você tem que saber matemática financeira pra fazer esse cálculo. Pega a fórmula de juros compostos m=p(1+i)n - n é elevado à potência, onde voce quer saber o p. Entao 1000000=p(1+0,045)10. O resultado é R$643.927,68.


"Caro VR, boa tarde!


Estou lendo com frequência o seu blog, mas ainda sou iniciante no mercado financeiro, "virgem" como você mencionou no outro tópico.

O fato é o seguinte, embora esteja me formando em direito, comecei a me interessar pelo mercado financeiro através da redação do meu trabalho de conclusão, que fala sobre sociedades anônimas. Embora eu entenda como funciona abertura de capital, oferta pública, tipos de ações etc. (lado jurídico) falta-me a informação sobre a parte financeira, sobre o funcionamento, operações de bolsa etc.

Observando as dicas de leitura, vi que, apesar de excelentes, ainda assim são complexas (como o livro de John Bogle).  A pergunta é, você tem alguma dica de leitura para o básico mesmo do mercado financeiro e de ações?

Sinceramente, estou cogitando cursar economia, para entender melhor, mas o problema é o tempo disponibilizado para isso.

Grato"

Bem, antes de tudo eu não recomendo você fazer um curso de graduação apenas para entender melhor o funcionamento do mercado de capitais, não vale a pena investir tanto tempo e dinheiro para algo que pode ser alcançado de forma muito mais simples.

Se você quer algo ainda mais simples que o "Little Book of Common Sense Investing" e mais voltado para o mercado brasileiro tem o "Investimentos Inteligentes" do Cerbasi, que é bem básico, mas possui algumas omissões (como todo livro básico) e algumas partes lamentáveis (principalmente sobre previdência privada), mas que fornece ao leitor uma visão bem geral não apenas sobre o investimento em bolsa mas também sobre renda fixa, etc.

"Caro VR ,

Estou atualmente com 55 anos e tenho R$ 1.150.000.000,00 dividido 50 % em Fii´s e 50 % renda fixa e multimercado.
Lendo o seu blog pretendo relocar a minha grana em 3 partes iguais.

Pretendo juntar mais um milhão em 10 anos reaplicando este dinheiro , mas eu tenho uma dúvida.
Quando eu tiver 65 anos , como eu faço para viver desta grana ?

abraços"

Olá meu caro, presumo que tenha colocado 3 zeros a mais e que você não é uma das pessoas mais ricas do Brasil!

Independente do percentual, acho extremamente saudável alocar parte dos seus ativos em ações, tanto pela baixa correlação com renda fixa e FII quanto pela alta expectativa de retorno. Sobre o método para efetivamente se "viver de venda", recomendo a leitura dos meus artigos sobre a TSR - Taxa Segura de Retirada e sobre RSR - Risco de Sequência de Retorno, mas adianto que o método consiste basicamente em retirar 4% ao ano do portfólio inicial e corrigir essa retirada anualmente pela inflação.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Perguntas dos Leitores - Parte II

Chegada a segunda leva, vamos às perguntas!

"Prezado senhor,

tenho ações desde 2006. Não entendo do ramo. Sempre um assessor me orienta quando devo comprar ou vender. 

em janeiro de 2012 tinha um saldo de dez mil. não sei em que estava investido. há tres semanas vi um saldo de quinhentos reais. 

Primeiramente meu assessor informou que era perda normal de ações. após eu insistir, ele disse que assume que errou, não disse quais erros, e estaria disposto a me ressarcir tres mil reais por tais erros. 

Enviei alguns extratos para um conhecido que me disse estar confuso de entender o que houve. acho que o prejuízo foi maior. 

Qual sua orientação?"

Esse é um exemplo claro do que se chama "manager risk", que nada mais é do que "merdas que podem acontecer quando metem a mão no seu dinheiro", e mais um motivo dentre tantos outros para adquirirmos o mínimo de educação financeira. 

Obviamente que para administrar uma carteira é necessário autorização da CVM, de forma que a atitude dele é completamente ilegal dando ensejo a reparação civil sem prejuízo de denúncia à CVM. Ele deve saber disso, tanto que propôs o "cala-boca" de R$3.000,00.

Sugiro você exigir do assessor a devolução imediata e total da quantia perdida. Em caso negativo, consulte um advogado para entrar com ação reparatória e proceder a denúncia na CVM. O extrato da corretora não é suficiente, peça também as notas de corretagem.

"Caro VR, qual a bibliografia básica para quem está começando a investir para acuular (sic) usando como pilar o mercado acionário?"

Não acredito que seja necessário grandes conhecimentos para se começar a investir. O livro "The Little Book of Common Sense Investing" de John Bogle é um excelente ponto inicial que ressalta a importância no controle de custos, alocação de ativos e perigos da gestão ativa do portfóilio. Para aprofundar em alocação de ativos sugiro "Asset Allocation" de Rick Ferri, é excelente. Para um entendimento melhor sobre ações sugiro "Stocks for the Long Run" de Jeremy Siegel. Esqueça análise técnica e, se possível, veja a análise fundamentalista pela "lente" dos fatores de risco de Fama & French, cujo aprofundamento se faz necessário ler o clássico paper deles "Common risk factors in the returns of stocks and bonds". Se não tiver saco para ler o paper dê uma olhada no "The Quest for Alpha" de Larry Swedroe que comenta a respeito do assunto.

"Olá VR,Sou um investidor iniciante e quero fazer minha aposentadoria não ser tão mediocre do que a que remunera a maioria das pessoas neste país.Tenho condições de fazer um aporte mensal de R$ 2000. Considerando o longo prazo, no que você me sugere que faça minhas aplicações?"

PIBB11 ou, se quiser uma liquidez maior e pagando mais caro por isso, BOVA11. Depois que tiver R$100k-150k investidos você pode pensar em investir individualmente. Portfólios pequenos e ações individuais não são uma boa pedida pois ou geram muitos custos pelas numerosas pequenas compras ou gera muita volatilidade pela baixa diversificação.

"Ola VR, gostaria de saber. Ate quando voce acha que vai durar estes altos rendimentos no setor imobiliario? Tem algum palpite?"

Prever o futuro é algo basicamente impossível de se fazer, no entanto de fato existe alguma correlação entre "valuation" e retornos futuros. A forte alta dos valores dos imóveis não é suficiente para indicativo de bolha. A bovespa subiu 82% em 2009 e nem por isso as ações chegaram a níveis "bolhosos", tudo depende do valor inicial. Uma métrica muito utilizada no Brasil é pegar o valor do aluguel e multiplicar por 200 para chegar no valor justo. Em Brasília e alguns lugares do Rio e São Paulo o aluguel muitas vezes tem de ser multiplicados por 300 a 400, indicando que o imóvel gera pouca riqueza quando comparado ao preço pago.

Veja que mesmo uma situação de bolha podem demorar anos até o estouro da mesma. Nos EUA demorou quase uma década, no Japão idem. No meu palpite (que não vale nada), estamos sim numa bolha imobiliária a ser estourada em breve (meses a até 2 anos), e o "marco zero" será o bairro do Leblon, que ostenta o m2 mais irreal do Brasil (R$15.000,00-R$40.000,00 ).

terça-feira, 24 de julho de 2012

Perguntas dos Leitores - Parte I

Conforme mencionado no blog, a partir de agora estou disponível para responder as perguntas enviadas pelos leitores. Chegada a primeira leva, é chegado o momento de inaugurar essa nova parte do site:

"Boa tarde VR,

Acompanho seu blog a algum tempo, queria saber quais os criterios que você utiliza para investir em FII, hoje minha carteira é composta apenas por FII e Renda Fixa (Tesouro), tinha ações mais não me dei bem com elas até porque com o capital que eu tenho não consigo diversificar e os ETFs não me agrada então decidi pelos FII que estão gerando uma rentabilidade excelente.


Desde já obrigado e parabéns pelo seu trabalho."


Conforme descrevi muito brevemente na página do meu portfólio, antes de tudo eu excluo alguns tipos de FIIs: Não invisto mais em imóvies built to suit, nem que investem majoritariamente em CRIs nem em fundos de fundos. Ao contrário de alguns investidores, não tenho nada contra FIIs de locatário único como é o caso de MBRF11. No mais, sigo o padrão: dou uma analisada rápidas em dezenas de FIIs e vejo os que possuem maiores yields e se esses yields são consistentes e não são gerados por garantia de rentabilidade. A tabela elaborada pelo grande colega Tetzner é de grande valia nessa análise rápida. Só cuidado que boa parte da rentabilidade dos FIIs se deu às custas da queda do yield, em caso de aumento da Selic é bem provável de termos vários meses negativos.


"Boa noite Viver de Renda, cara tu que é um defensor do modelo do Fama & French, utilizar o P/VP e etc, na ultima postagem que fizeram nesse blog http://holdinggodfather.blogspot.com.br/ o pessoal detonou a utilização do P/VP, gostaria de saber teus argumentos lah, seria bem interessante ver o que ela (a Fernanda) acha dos teus argumentos, também gosto muito do modelo do fama & french, abraços, que bom que o seu blog voltou, sou um frequentador assíduo !" 
- Pergunta moderada e adaptada

Bem, eu não vi o pessoal detonando P/VPA, o próprio autor do blog defende usando como argumento inclusive um estudo aqui no Brasil realizado aos moldes do F&F e encontrou um prêmio de valor bem altor (~0.6% ao mês, salvo engano). A Fernanda apresenta os argumentos dela sem qualquer tipo de fundamentação (até porque ela estava apenas comentando), mas desde já o que ela fala vai contra praticamente toda a literatura que existe no mundo sobre o assunto. O poder explicativo do P/VPA do retorno das ações é bem significativo e possui alta correlação com outros indicadores fundamentalistas conforme mencionado por Fernanda (como C/P, P/E, etc.), sendo escolhido o P/VPA apenas por ser um indicador mais estável e portanto gerar menos turnover.

"Caro,

1. Gostaria de saber sua opnião, se você tiver alguma,  sobre uma metodologia (ativa) de negociaçao denominada TrendFollowing (sistemas seguidores de tendencias). Tenho estudado a respeito, principalmente nos livros de Michael Covel. Pelo que li no seu blog vc não é adepto da negociaçao ativa nos mercados (trading), mas me chama atenção a rentabilidade de alguns fundos que utilizam o TF para gerir seus recursos.
2. Haveria alguma prova de que manter o dinheiro investido em renda variável sem preocupaçoes com a volatilidade é mais lucrativo do que uma atitude mais ativa, como por exemplo com a utilizaçao da análise tecnica?
3. A noção de independencia financeira é muito subjetiva para mim, qual seria a sua definição?"

Engraçado que antes de eu começar a estudar sobre fundos passivos, indexação, etc., lia bastante sobre trend following, sonhava em comprar um sistema de $1000,00 que vendiam, sendo que meu patrimônio era de uns R$2-3k.

Tem muito tempo que eu li a respeito então eu não posso dizer ao certo se a base do mesmo é sólida, mas o retorno consistente dos Turtle Traders é algo sem sombra de dúvidas surpreendente usado um sistema simples de médias móveis. Teoricamente parece que eles se aproveitam do fator "momentum" que ao menos em ações comprovadamente existem. O problema é que eles precisam de um mercado de commodities bem desenvolvido pra surfar nas tendências, além de constantemente operarem vendidos. Tenho um conhecimento puramente teórico de operar vendido, mas pelo que li envolvem custos bem significativos, a meu ver grandes o suficiente para invalidarem a estratégia aqui no Brasil.

Quanto à segunda pergunta, existem dezenas de estudos comprovando a ineficácia da gestão ativa de um portfólio, tem numerosos textos de John Bogle e Rick Ferri a respeito. O próprio Buffett recomenda fundos indexados para investidores individuais. A argumentação mais básica desenvolvida por William Sharpe é que na média as pessoas tem o retorno do mercado e uma gestão ativa forçadamente na média terá um retorno menor por conta do maior turnover. É exatamente o que vemos na prática.

Pra mim independência financeira pode definida como a pessoa que é sustentada exclusivamente por seu portfólio e/ou aposentadoria pública/privada.

"Boa tarde!


Meu nome é XXXXX, tenho 19 anos e encontrei seu blog Viver de Renda enquanto fazia uma pesquisa na internet, acho o blog muito interessante e ultimamente tenho começado a me interessar por essa área de finanças pessoais. 


É um assunto muito importante mas que a maioria das pessoas não se interessa muito, li alguns artigos do seu blog e também gostaria de começar a trilhar meu caminho em busca da independencia financeira, acho que está na hora certa pra começar mas não tenho conhecimento nenhum e queria saber se você pode me ajudar a começar, levando em consideração que a maioria dos jovens como eu não possuem uma renda alta pra investir, pois muitos são universitários e as fontes de renda geralmente são estágios, empregos de meio período ou freelas.



Desde já agradeço."


Olá meu caro. Minha sincera recomendação é que você concentre seus esforços em aumentar a sua receita, seja estudando, empreendendo ou trabalhando mais para que possa manter seus aportes elevados. Um aumento de R$300,00 no seu salário é igual a uma rentabilidade 1% maior em um portfólio de quase R$400.000,00, portanto principalmente no início da jornada os aportes são muito mais importantes.

Como você é jovem, pode muito bem começar investindo em ações, um jeito prático (porém caro) de se investir é comprando fundos que investem em PIBB, acho que todo banco oferece e cobram 1,5% ao ano pra isso. Eu comecei a investir em ações assim em 2008 e depois migrei para uma corretora após acumular um valor razoável (R$10-15k).

Mandem mais perguntas que terei prazer em respondê-las! Muito legal a interação do pessoal!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

As múltiplas dimensões do risco

Taí um tema absolutamente central e ao mesmo tempo muito incompreendido pelos investidores: RISCO. De todas as definições que eu já vi sobre o tema, a melhor foi a de, salvo engano, William Bernstein: "Risco é a possibilidade de você não ter o dinheiro quando se precisa dele".

Essa definição é interessante pois abrange duas dimensões do risco que a meu ver funcionam como uma gangorra:

  1. O risco de quando você precisar do investimento o mesmo ter desvalorizado significativamente
  2. O risco de você não ter o dinheiro necessário pela baixa rentabilidade do investimento. 
Vejam que se um investimento tem pouco risco de se desvalorizar ele quase sempre tem um risco maior de não te dar a rentabilidade necessária e vice-versa.
Seriam os FIIs a "gangorra" em estado de equilíbrio?


A visão das dimensões do risco esclarece muitas situações e permite deduzirmos ações em tantas outras. Por exemplo, uma pessoa muito rica por dedução deve quase que forçadamente ter uma baixa posição em ações, pois a baixa rentabilidade não é um fator de risco para ela já que a mesma possui o dinheiro necessário para suprir suas necessidades. Outra dedução é que a própria renda fixa pode ser muito arriscada para aqueles que necessitam de uma alta taxa de retorno para o seu portfólio.

Além das dimensões do risco dos ativos, existem as dimensões do risco do investidor,  uma trindade que abrangem os seguintes aspectos: 
  1. A necessidade de se correr o risco
  2. A possibilidade de se correr o risco
  3. A vontade de se correr o risco 
A necessidade de se correr o risco pode ocorrer por exemplo em um portfolio de um aposentado que não tem um montante suficiente para sustentar seu padrão de vida, sendo necessário investir em ativos com maior expectativa de retorno mas com mais chance de ter seu montante reduzido no momento mais necessário.

Um investidor que trabalha numa empresa a beira da falência e sem nenhum tipo de colchão de segurança não tem muitas possibilidades de investir em ações. Da mesma forma alguém que precise a todo custo de um montante elevado em um determinado período não possui o "luxo" de investir em ativos de baixa rentabilidade.

Por fim, há o bom e velho critério psicológico: de nada adianta o investidor aplicar tudo em ações e não conseguir dormir ou investir tudo em FIIs e sonhar que a bolha vai estourar em cheio no seu portfolio.

Muitos podem imaginar "Caramba, mas que viagem do VR esse monte de texto teórico e abstrato não tem aplicação prática nenhuma!". A meu ver sem esse conhecimento prévio da(s) verdadeira(s) natureza(s) do risco é impossível ao investidor fazer corretamente sua alocação de ativos. No meu caso, em Janeiro percebi que, apesar da minha vontade e possibilidade de correr risco de volatilidade serem altas, a minha necessidade de correr risco diminuiu, o que implicou na gradual diminuição do portfólio de ações de 70% para 33%. A necessidade de "jogar" vai diminuindo na exata medida em que você percebe que está ganhando o jogo. Em "economês", a utilidade marginal da riqueza decrescente diminui o risco da baixa rentabilidade de um portfólio.

Até porque a expectativa de retorno é mera expectativa...

A verdade, no entanto, é que investimento é tanto ciência como arte. Não existe uma resposta objetiva em muitos casos, já que todo investimento deve se adequar às dimensões do risco de cada um. É fundamental ao investidor avaliar a sua necessidade, vontade e possibilidade de correr o risco tanto de volatilidade quanto de menor rentabilidade.

sábado, 14 de julho de 2012

Vamos falar de Renda Fixa - Parte I - Riscos

Como vocês bem sabem, com o aumento dos meus aportes a minha necessidade de retorno do portfólio diminuiu, sendo prudente, portanto, gerar uma maior redução na variância mediante a inclusão da boa e velha renda fixa.

Numa mega ultra rápida introdução, a renda fixa nada mais é do que uma classe de investimentos cujo retorno possui suas regras definidas no momento da aplicação, sendo quase sempre a compra de uma dívida de terceiro (não raro vemos em publicações estrangeiras mencionarem a renda fixa simplesmente como debt).

De acordo com o modelo de 5 fatores de risco de Fama-French, há dois fatores de risco para a renda fixa: term/duration/interest rate risk (risco de termo/duração/taxa de juros) e default/credit risk (risco de calote/crédito)

RISCO DE TAXA DE JUROS:


O risco da taxa de juros nada mais é do que o risco que o investidor tem de, quanto maior for o prazo do título, maior é a possibilidade dele ser atingido por variações na taxa de juros e/ou inflação.

Vejamos como andam as taxas de juros no TD hoje:


Por que o investidor se satisfaz em obter 8,35% a.a. sendo que o mesmo título vencendo um ano depois paga 8,89%? Por conta do risco da taxa de juros. A mudança de 1% na taxa de juros equivale na variação de 1% por ano de duração do título. Trocando em miúdos, se a taxa cai 1% no título com vencimento em 20 anos isso significa uma valorização/desvalorização de ~20% do ativo! Não é incomum, portanto, títulos mais longos amargarem prejuízos de 5-10% num único mês, gerando muita volatilidade no portfólio.

Aí o investidor perspicaz me pergunta: Mas VR, eu tô pouco me lixando pra volatilidade pois sei que no final do período terei obtido o yield contratado no início!

O grande erro desse raciocínio chama-se inflação. Como todo investidor deveria saber, o retorno a ser obtido por um portfolio é o retorno real de um ativo, retorno esse que está sob risco em caso de aumento significativo da inflação. Apesar da taxa nominal ser determinada no momento da compra, só saberemos o retorno real ao final do período, quando então você poderá ter menos do que investiu em termos reais.

Aí você retruca: Ok VR, mas e os títulos indexados ao IPCA? A inflação pode ir na lua e eu terei meu retorno real garantido!

Como vocês deveriam saber, taxas de inflação suficientemente altas e com prazos mais curtos (poucos anos, obrigado Major!) podem tornar as NTN-Bs com retorno real negativo por conta do IR conforme discuti em um artigo anterior. Além disso, mesmo aqueles possuidores de NTNBs continuam incorrendo num risco indireto do risco da taxa de juros que é o risco do custo de oportunidade: em caso de aumento da taxa de juros você não poderá aproveitar a taxa nova por estar travado em um título com rentabilidade inferior. Por fim, em caso de liquidação antecipada de um título o investidor tem uma chance maior de obter inclusive perdas nominais em caso de aumento da taxa.

Esse tipo de risco em particular foi recompensado em média nos EUA em ~2,5% a.a. (LT Gov - T-Bill)

RISCO DE CRÉDITO:

Como o próprio nome diz, esse é o risco que o investidor incorre pelo risco de levar o calote do pagador. Quanto mais improvável for o pagamento maior é a taxa de juros exigida pelo credor/investidor. Esse é o motivo do BNDES ter que pagar mais do que o Tesouro para se endividar e o motivo pelo qual bancos médios pagam mais que bancos grandes em taxas de CDBs/LCI/LCA.

Nos EUA esse risco praticamente não foi recompensado, com um retorno extra de 0,18% a.a. (LT Corp -LT Gov).

Quando estamos falando de renda-fixa, portanto, temos que ter claro essas duas dimensões de risco. O investidor que de forma pouco cautelosa investe em títulos de longuíssima duração (15-30 anos) sabe que está sujeito a uma volatilidade semelhante à de ações, com alto risco de perda real e bastante significativa em caso de inflação (caso não sejam atrelados a um índice inflacionário) ou aumento da taxa de juros com resgate antecipado. Da mesma forma, o investidor que compra debêntures ou CDBs em larga escala a uma taxa maior pode se ver sequer sem o principal em caso de calote do emissor da dívida.

Nos EUA o risco da taxa de juros foi porcamente recompensado com títulos com vencimento acima de 5 anos, levando grandes mestres de investimentos como Bernstein a recomendar apenas títulos curtos (1-5 anos).

Além disso, nos EUA há uma aversão da doutrina muito grande com relação aos junk bonds (dívidas podres, pense em grau máximo Grécia ou em grau menor Gafisa), alegando (não sem razão) que esses títulos possuem risco semelhante ao de ações, gerando ineficiências de ordem tributária e alocação de ativos. Há divergências, no entanto (notadamente Rick Ferri).

E no Brasil? Bem, pouco se fala de renda fixa aqui nessa terra amaldiçoada fora aqueles cálculos do tipo "Vale mais a pena fundo de investimento ou poupança?". Ridículo. Graças a nossa tributação e ao nosso sistema legal, há alguns raros "almoços grátis" a serem capturados, mas isso fica pro próximo artigo...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

De volta às origens

Os anos se passaram, os aportes aumentaram, o tempo diminuiu e o patrimônio cresceu. Olhando o blog vi que, desde janeiro, nada aqui produzi. O último artigo sobre investimentos tem mais de 6 meses. O último artigo realmente interessante tem quase 2 anos! 

O resultado disso era óbvio: a queda da qualidade dos comentários e a atração de pessoas que nada servem além de tumultuar o blog. Já fui acusado de gigolô, fake, etc. No cenário geral, os blogs se proliferaram, mas pouco realmente foi adicionado. "Comprei R$XXXX de XXX, peguei uma mulher no bar, rumo aos XXX mil!". Pura "pornografia financeira" que nada adiciona além do instinto voyeurístico de cada um.

Resolvi, portanto, mudar. Sai o foco no meu portfólio (que ainda está descrito de forma breve acima) e nas atualizações mensais e voltam ao seu lugar aquilo que sinto que a comunidade financeira está extremamente carente: Artigos sobre investimentos e finanças pessoais que não sejam meras informações regurgitadas em outros lugares.

Que o blog seja aquilo que sempre foi no início: um lugar para discutirmos idéias e para nos motivarmos, não para medir o e-pênis de cada um e se aproveitar do anonimato para vomitar merda pelo teclado.

A discordância é não só permitida como estimulada, mas lembrem-se: estamos aqui para discutirmos idéias. QUALQUER tipo de ofensa ou comentário meramente inflamatório será fortemente moderado a partir de agora.

Para os mais curiosos, meu patrimônio estará disponível no ranking do Pobretão e minha rentabilidade no ranking do General.

Para os desconfiados, haverá prova do milhão quando chegar a hora.

Para os trolls, fodam-se.

Para os demais, sejam novamente bem-vindos para o novo velho Viver de Renda.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Atualização Mensal: Junho 2012

Finalmente alguma movimentação no meu até então parado portfólio! No final do mês recebi uma grata notícia, que cumulada com um empurrãozinho de ajuda resultaram num aporte pra lá de substancial de nada menos que incríveis (para mim, pelo menos) ~R$80.000,00. 

Conforme já adiantado na atualização de janeiro, estou buscando o portfolio 1/n (para três classes, 33/33/33), já que minha necessidade de risco é menor. Resultado: o aporte foi integralmente investido em FIIs, tornando-me ao final do mês ~R$91.000,00 mais rico e chegando a um patrimônio investido de R$677.532,27.

Valores:


Mais um mês com performance espetacular dos FIIs, custeados claro por uma diminuição do yield e portanto diminuindo a expectativa de retorno do ativo (que com a selic estável calculo entre 12-12,5% a.a.). Renda Fixa muito forte graças aos CDBs Sofisa e Ficsa. Overperformance do MLV e under do SMV. A vergonha do mês vai mais uma vez para o Ibov, que nesse mês deveria ser chamado honorificamente de IbovespaX...

Posição atual do portfolio de imóveis:


Foram comprados os seguintes FIIs:

  • PRSV11 (a R$1315,00)
  • CNES11B (a R$122,X-R$123,00)
  • FLMA11 (a R$1,75-R$1,78)
  • FPAB11 (a R$390,00)
  • HGBS11 (a R$2130,00)
  • HGJH11 (a R$1350,00, comprei mal)


No portfolio em imóveis pretendo ter peso igual entre ativos, com exceção de HTMX11B e NSLU11B (me arrependi e não compro mais imóveis build-to-suit). Ainda estou pensando se aumento o peso de MBRF11, estou achando meio caro pelo perfil de risco dele.

E pelo amor de Deus gente, vamos parar de comprar BCFF11B! Vamos estudar!

Portfolio:




Eu não tenho a mínima idéia de previsão de aportes para os próximos meses, mas vamos em frente, ainda que mal consiga enxergar no meu futuro sequer um pálido ponto azul...

Rumo ao milhão!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Atualização Mensal: Maio 2012

Já está ficando chato começar a atualização mensal da mesma forma, mas ultimamente minha vida financeira, para o bem ou para o mal, tem sido um verdadeiro marasmo. Com minha receita comprometida desde final de janeiro, meu aporte mais uma vez foi, adivinhem, zero.

Como fizeram questão de bater no cachorro morto do Ibov esse mês, o prejuízo mensal chegou a ~R$19.000,00, ou -3,1%. Um nabo grosso de toda forma, mas até certo ponto lubrificado pela costumeira e bem-vinda diversificação. Imaginem se eu estivesse com um portfolio 100% BOVA11 e perdendo R$65.000,00 no mês... é muito difícil ser corajoso com um portfolio que representa 10 anos de suor e sangue!

Valores:


LV lixo, SMV ruim, Imóveis decolando e renda fixa caminhando e apreciando a paisagem. Notem a ABSURDA overperformance do portfolio SMV com relação ao benchmark SMLL, mais de 7% de diferença em apenas 1 mês! O nome disso chama-se CONSTRUTORAS. Ou melhor, falta delas. Vejam também que essa alta dos FIIs é claramente insustentável no longo prazo e estão baseadas em parte numa piora do valuation por conta da queda da taxa de juros o que, pra quem investe, é uma merda.

Vejam também que esse mês foi o recorde de dividendos e JSCP recebidos, quase R$4.000,00! Esse também foi o 1o mês sem corretagem! 

Gráficos usuais:




Ainda esperando os aportes chegarem para efetuar a mudança do portfolio comentada em Janeiro, sendo que pouco pude aproveitar do "bonde" tanto da renda fixa quanto dos imóveis. Justamente a classe de ativos que pretendo deixar quieta fez questão de ficar mais barata. Foda.

Apesar disso, esse mês como vocês sabem surgiu a oportunidade do ECOO11. Com o BNDES disponibilizando um PUT com prazo de 1 ano, trata-se de um daqueles raros momentos em investimentos de um verdadeiro almoço grátis. Só o put, de acordo com black-scholes, vale ~5%. Como se trata de um fundo "blend" large cap, aliado à corretagem 0 e taxa de administração baixa (0,38%), reservei R$6.500,00 (dinheiro que tinha na corretora), com a decisão tomada da venda em 12 meses, seja pro mercado ou BNDES, por razões óbvias.

Excelente mês a todos! Rumo ao milhão!!!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Atualização Mensal: Abril 2012

Mais um mês completado e mais um mês em que nada consegui aportar, verbo esse que aliás não conjugo desde janeiro. No entanto, isso não me preocupa uma vez que, quando eles voltarem, será com força total (ou não).

No mais, esse foi um mês que, ainda que forçosamente, consegui me desligar um pouco dos meus investimentos e passei uns bons dias sem sequer saber como tinha fechado o Ibov, o que é um bom sinal pra quem sofre de graficus conferentitis.

Valores:


Esse mês não fiz nenhuma alteração no portfolio, salvo a compra de 13 EDFO11B por R$215,00 cada como reinvestimento parcial dos dividendos/aluguéis recebidos, motivo pelo qual sequer me dei ao trabalho de mostrar meu portfolio detalhado que continua felizmente igual.

Esse mês foi gordo em termos de dividendos, largamente por conta da bonificação da Oi e em menor grau pelas smalls/micros FJTA4, DAYC4 e CGRA4.


Gráfico:


Houve underperformance tanto do portfolio MLV quanto do SMV, causados respectivamente por BBAS3 e BICB4/MGEL4.

Ainda assim, graças à costumeira diversificação o nabo entrou mais devagar e consegui  permanecer acima dos R$600.000 acumulados.

Lembrem-se, povo, paciência e persistência são fundamentais.

Rumo ao milhão, a cada dia mais distante!

sábado, 31 de março de 2012

Atualização Mensal: Março 2012

Mais um mês completado e mais um mês em que nada pude aportar devido a gastos com Ipads, Iphones e carro novo (haha, quem dera), restando-me a árdua tarefa de queimar paulatinamente o colchão de segurança e reinvestir parte dos aluguéis e dividendos.

Apesar dos pesares, foi um bom mês para o meu portfolio, com apreciação mensal líquida de 1,76%, o que significa que estou ~R$10.600,00 mais rico.

Seguem os gráficos usuais:


Overperformance tanto do meu portfolio mid-large cap quanto das small-micro caps. Destaque negativo pro Ibov que ainda está num valor inferior de 13 meses atrás e positivo para os FIIs, cuja performance recente se deveu largamente à troca do FEXC11B pelos MBRF11 e CNES11B.



Portfolio inalterado, gastei uma única corretagem comprando 1 quota PRSV11 (FII) por R$1.180,00 como reinvestimento parcial dos aluguéis/dividendos recebidos.


Coloquei a volatilidade histórica dos portfolios na tabela, que agora está bem completa. Notem como a volatilidade dos FIIs é bem menor que a das ações, mesmo possuindo menos ativos. Apesar da discussão que existe acerca dos REITs lá fora, não tenho dúvida que trata-se de fato de uma classe diferente de ativos, mesmo sendo negociada em bolsa.

Vejam também como a volatilidade da renda fixa é praticamente inexistente, já que ainda não invisto diretamente em títulos e portanto não estou sujeito às mudanças da taxa de juros, mas também não tenho liquidez.

Vejam que a volatilidade do portfolio é menor que a volatilidade dos ativos ponderados, conclusão óbvia da diversificação de ativos que não são perfeitamente correlacionados (finanças 101).

Notem também que, mesmo sem receber juros da renda fixa, estou conseguindo gerar uma renda passiva anual acima de 4% a.a., quem sabe no longo prazo consiga viver apenas de dividendos/aluguéis/juros caso o yield permaneça semelhante até lá, e quando chegar nos 80 queimar metade do portfolio com ferrari(s), mansão e panicats pobretão-style. Pense em consumo ineficiente.

Por fim, vejam que já ganhei quase R$2.500,00 só em aluguéis de ações! Trocadinho bom!

Espero poder aportar alguma coisa em abril, pois quero chegar ao milhão ainda esse ano! Tá difícil, mas vamo que vamo!

Atualização Mensal: Março 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Atualização Mensal: Fevereiro 2012

Conforme previsto na atualização de Janeiro, esse foi o primeiro mês desde que comecei a investir de forma séria (início de 2008) que eu não fiz qualquer aporte. Ainda assim, graças ao bom desempenho do portfolio eu superei a marca dos R$600.000,00 investidos. Não sei se conseguirei fazer algum aporte no mês de março.

Seguem os gráficos usuais:


Overperformance frente ao MLCX, underperformance pro SMLL e IBOV. O pior desempenho nos 12 meses desde que comecei a acompanhar a performance do portfolio vai para o Ibov, com -2,33% no ano. Segue a performance dos portfolios de fev/11 a fev/12:

Ibov: -2,33%
MLV: +0,68%
MLCX: +1,31%
SMV: +1,77%
SMLL: +6,91%
RF: +15,05%
Imoveis: +20,76%
Portfolio VR: +6,41%

Portfolios detalhados:


Investimento de dinheiro de venda na CGRA4 na compra da própria CGRA4 a R$12,8X e dos dividendos e aluguéis em 17 quotas CNES11B a R$111,75 cada.

Valores:


Rumo ao milhão.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Atualização Mensal: Janeiro 2012

Mudanças à vista!

Em virtude de mudanças no meu trabalho, os aportes passarão a ser esporádicos e de valor variável. No entanto, uma coisa tornou-se óbvia: a necessidade de risco diminuiu consideravelmente e, da mesma forma que ocorreu em fevereiro de 2011, mais uma rodada de "conservadorização" se fez necessária. A alta recente do Ibov tornou essa decisão ainda mais fácil.

De acordo com minha política pessoal de investimento, eu previ um aumento gradual na alocação em RF e em Imóveis com o aumento do portfolio. Como tudo indica que esse crescimento deve ser acelerado em 2012 (objetivo de 1 milhão no fim de 2012), comecei desde já a diminuir a volatilidade do portfolio, objetivando o portfolio chamado "1/n", ou "naive diversification", em que se divide em partes iguais cada classe de ativo. Como invisto em 3 classes, são 33% do portfolio por classe.

Pesquisa realizada anteriormente durante a elaboração do IPS no portfolio 1/n:

  • Optimal Versus Naive Diversification: How inefficient is the 1/n Portfolio Strategy?
  • Approximating the Numeraire Portfolio by Naive Diversification
  • 1/N and Long Run Optimal Portfolios: Results for Mixed Asset Menus

Vamos às mudanças:


Portfolio de ações:


33% de cada portfolio de ações deve possuir ações defensivas, daí o investimento em CLSC4, COCE3, EQTL3 e CSMG3 e o desinvestimento em ENBR3 e CESP6.

Em virtude do aumento do investimento de imóveis foram liquidadas as posições indiretas em imóveis (BRML3, GFSA3, BISA3, EVEN3, RSID3), além de conferir alguma proteção contra uma eventual bolha imobiliária.

Foram liquidadas também ações com variação elevada de lucros/lucros recorrentes negativos (POSI3, PMAM3, INEP4(A 2,85!), MRFG3, JBSS3 (A 6,94!), SULT4, BRKM3, CTNM4, SGPS3), com exceção de ações cuja desvalorização compense a variação (MGEL4, FJTA4, TERI3, SFSA4). A base dessa decisão também foi a de diminuir o risco do portfolio, ainda que sacrifique em parte o retorno.

Foi feito um aporte maior em BBAS3 por razões puramente de valuation (Cresc. rec. ok, div yield alto, pvpa baixo, pe baixo), a 23,XX cada.

Todas essas mudanças foram feitas no mês de dezembro, portanto no geral vendi barato e comprei barato, principalmente FJTA4, MGEL4, TERI3 e BBAS3.

O foco continua o mesmo: ações com baixo p/vpa, com menor foco em seguir o índice (principalmente o SMLL) e portanto mais sujeito a tracking error, além de menor volatilidade por conta da alocação maior em ações de saneamento/elétricas.

Imóveis:

Liquidei completamente minha posição em FEXC11B puramente por uma questão de yield (~0,6% a.m. real) a R$109,99 cada, e com esse valor comprei R$10.500,00 de CNES11B a R$105,00 cada e R$30.720,00 de MBRF11 a R$1.024,00 cada, além de um aporte menor de 10 FPAB11 a R$315,02 cada (não está no gráfico por erro meu) A aporte maior em MBRF11, assim como em BBAS3, ocorre puramente por questão de valuation. O objetivo é possuir 15 FIIs no portfolio.

Renda fixa:

Foram adquiridos R$44.000,00 em CDBs do banco Ficsa com vencimento em janeiro de 2016 a uma taxa de ~12,29% a.a. (valor final será de R$69 mil reais, portanto integralmente dentro da proteção do FGC). Já estou com quase 100k em Renda Fixa, e o objetivo é 33% do portfolio.

Portfolio e resultados:


Em geral o mês foi excelente para todos os portfolios, em especial para o MLV, que mesmo investido pesadamente em ações defensivas conseguiu superar o índice MLCX, apesar de perder para o Ibov. Já o SMV perdeu feio do SMLL e devolveu quase que integralmente a overperformance que teve em dezembro.

Como resultado, estou com quase R$580.000,00 de patrimônio e o portfolio teve um crescimento orgânico de ~+5% e de ~14% graças ao aporte de R$44.000,00 feito em renda fixa. Ao que tudo indica não farei mais nenhum aporte em bolsa esse ano, salvo rebalanceamentos internos. Obviamente também não farei nenhuma venda de ação para obter o portfolio 1/n, já que a existência desse tipo de portfolio está condicionada à existência de aportes elevados.

Não há expectativa de aporte no mês de fevereiro, salvo o reinvestimento de dividendos e aluguéis, já que estou com sérios problemas de fluxo de caixa!

Rumo ao milhão!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Como escolher uma mulher para namorar/casar

Apesar desse ser um blog focado em investimentos/finanças pessoais, durante os 2 últimos meses praticamente só se discutiu sobre uma coisa nos comentários: mulher. A escolha da parceira é, de fato, a decisão financeira mais importante da vida de qualquer homem e que, tratando-se de dinheiro, deve ser analisada ao menos em parte com a mesma racionalidade que analisamos um título NTNB ou a meretriz da GFSA3, e é nesse ponto que muita gente faz péssimas decisões que trarão consequências catastróficas pelo resto da vida.

O ponto inicial é saber que, ao contrário do que prega o feminismo, existem diferenças fundamentais entre homens e mulheres. Ao contrário do que prega a misoginia, não acredito que as mulheres devem ser objeto de ódio ou desprezo, mas sim haver o reconhecimento de que não somos iguais.

Ao contrário dos homens, as mulheres são muito mais dependentes da sua aparência física para atrairem o sexo oposto. Já estes conseguem atrair mulheres através de dinheiro e poder. Essa opinião minha tem base puramente empírica que pode ser corroborada por qualquer pessoa que vive em nossa sociedade.

Do fato acima surge uma verdade inconveniente: existe uma clara tendência de valorização dos homens com o tempo e de desvalorização das mulheres com o tempo. A tendência dos homens, ainda mais nós que poupamos, estudamos e investimos o nosso suado dinheiro, é de nos tornarmos mais ricos a cada dia. Por outro lado, o tempo torna as mulheres a cada dia mais feias.

Será por isso que elas querem nos comprar (casar) e nós queremos alugá-las (namorar)?

Além disso, pelo fato das mulheres serem seduzidas pelo dinheiro, existe uma tendência natural das mesmas serem um eterno agente destruidor das riquezas criadas pelo homem, agindo como um título de renda fixa com rentabilidade negativa em troca da sua companhia.

Cria-se, então, um dilema: se de um lado o objetivo de cada um que lê este blog é de aumentar o patrimônio a cada dia, as namoradas/mulheres tendem a diminuir este mesmo patrimônio. Existem, portanto, algumas opções ao homem:

  1. Assumir que é otário e continuar sendo o caixa automático da mulher
  2. Tentar mudar as características da mulher (boa sorte!)
  3. Largar a âncora

Para a pessoa solteira, existe a estratégia discutida amplamente nos comentários da eterna solteirisse + prostitutas/amantes. De um lado ganha-se liberdade e dinheiro, do outro perde-se responsabilidade e a ligação emocional. Creio que essa estratégia é plenamente válida, assumidos os riscos de no futuro o indivíduo ser uma pessoa velha, rica e praticamente sozinha (não acredito em amizades fora da família/matrimônio).

Talvez uma estratégia mais interessante seja a de escolher as raras mulheres que ganham o mesmo/um pouco menos que o homem e que visualizem valor no homem além do dinheiro. É importante frisar que a mulher sempre vai olhar pro dinheiro do homem, SEMPRE. A questão aqui é você não ser reprovado nesse quesito e possuir outras qualidades para que a mulher aceite ter você como parceiro. No entanto, a mulher também deve possuir qualidades, sob risco do homem perder uma quantia significativa do seu patrimônio com divórcio, pensão alimentícia e eterno subsídio do padrão de viva feminino:
  • Caráter. Se o homem pegou a mulher na mentira algumas vezes é sinal que a mesma não é digna de confiança e que portanto não serve como companheira.
  • Passado. Se a mulher ou tem um passado nebuloso ou com histórico de bebedeiras, relação com diversos homens e que de uma hora pra outra "mudou", é sinal de que você tem um potencial enorme de chifre ou de risadas por trás de centenas de homens que pegaram sua então mulher facilmente.
  • Constante subsídio. Esse é o fator fundamental para o homem saber se ele é o cartão corporativo da mulher. Se a mulher diz que não liga pro dinheiro do cara, que tal cortar as viagens internacionais pagas integralmente pelo homem? Os jantares em bons restaurantes? Roupas?
  • Desnível acentuado de renda. Se você ganha R$20.000,00 e a mulher ganha R$2.000,00, o homem está fadado a levar um padrão de vida de no máximo R$11.000,00, e de cair na mesma questão do constante subsídio acima. Pra mim já basta o governo de sanguessuga.
  • Inteligência/Interesses em comum. Lembre-se: a mulher a cada dia fica mais feia, e logo chegará o dia em que não restará beleza alguma nela. Se não houver diálogos interessantes/interesses em comum, que incentivo o homem terá de ficar com uma mulher burra E feia?
  • Apreciação por coisas supérfluas/síndrome de princesa. Se a mulher se vangloria com as amigas das viagens pagas pelo macho ou do caro presente X recebido é porque as prioridades dela estão nas coisas que o homem proporciona e não no homem em si.
  • Inabilidade em poupar. Se a mulher mesmo que tenha uma renda boa mantiver constantemente saldo negativo ou contas em atraso é um sinal claro de descontrole financeiro, levando a uma parceira que, apesar de não diminuir, em nada agrega ao patrimônio do casal.
Portanto, se a mulher tem um passado sombrio, mente/já mentiu algumas vezes pra você e não é digna de confiança, ganha muito menos que você, não poupa um centavo e ainda depende constantemente dos seus aportes para suas atividades de lazer é sinal de que existe (muita) coisa errada no seu relacionamento, e que o futuro dificilmente terminará diferente de um divórcio, pensão alimentícia e um homem profundamente arrependido das escolhas feitas no passado.



Edit: Relevante.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Atualização Mensal: Dezembro 2011

Acabou 2011. Ano péssimo para a bolsa, ótimo para renda fixa e imóveis. Mudanças significativas no horizonte, parte delas já implementadas. Sem tempo para o blog ultimamente. Segue gráfico e tabela:



Pelo menos uma vez na vida overperformance significativa tanto no SMV quanto no MLV e, graças ao aporte do mês (FII FPAB a 310,00), terminei o ano acima dos sonhados 500k. Sou um "meio-milionário". Grande merda, eu sei.

Sobre 2011? Achei o ano uma bosta, sem tempo para as coisas, estressante, mas muito bom financeiramente, apesar da bolsa negativa.

Meta para 2012? Sei lá, talvez 1 milhão.

Previsões? Minha bola de cristal continua embaçada como sempre.

É isso pessoal, to meio monossilábico hoje.

Rumo ao milhão!