terça-feira, 27 de dezembro de 2011

500K

Pode ser temporário, posso deixar de ser "meio-milionário" pelos próximos 10 anos, mas a realidade, HOJE, é uma só...




Até 2012, povo!

Rumo ao milhão!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Voltando ao Básico III: Diversificação

"Cada investidor deve dividir seus recursos em três partes. Um terço deve ser investido em terras, um terço em negócios e o terço restante deve ser guardado como reserva de valor" - Talmud

Após ler texto criado pelo Zé intitulado "Diversificação é para os fracos" indicado pelo leitor Alex nos comentários, minha reação foi surpresa (pra não dizer revolta) em mais uma vez vermos informação errada sobre finanças sendo propagada por aí. Portanto, espada em punho, vamos trazer a verdade de volta!

Concorde comigo ou MORRA nas mãos de INEP4 e TOYB4!!!

O problema todo encontra-se nesses parágrafos, abaixo reproduzidos:

"Sim … não te contaram isso ? Espalhar o seu capital no mercado de ações em trocentas empresas não criará uma carteira diversificada. Quer ver ? E se amanhã o Mercado de Ações como um todo desabar 90% ? Ok, algumas ações cairão mais do que as outras … mas num índice de queda forte deste jeito convenhamos que todas se aproximariam de 90% de queda também. Concorda ?

Claro ! Todas elas continuam enfrentando os riscos inerentes ao Mercado de Ações como um todo ! Quer diversificar ? Que ao menos divida seu patrimônio entre formas diferentes de investimento !! Coloque 25% em ações (divida entre algumas ações se quiser … fazer o quê ?), 25% em ouro, 25% em imóveis e os outros 25% na renda fixa (poupança, títulos do tesouro, CDB). Isso sim seria diversificar …

Consegue ver que cada parte do seu patrimônio estará sujeito a diferentes “forças” ? Cada um destes 4 mercados andam de forma “independente”. (na verdade alguns costumam andar literalmente na direção oposta do outro)

Diversificar entre várias ações pode até ser confortável psicologicamente falando … mas para o seu dinheiro trará somente um retorno menor."


O texto acima, resumidamente, informa ao leitor que a única forma de diversificação correta seria entre classes de ativos, devido à forte correlação entre ativos de uma mesma classe (uma ação para outra, por exemplo) e baixa correlação entre classes diferentes (um imóvel para o dólar, por exemplo).

Em um artigo que escrevi há quase 2 anos sobre diversificação entre ações coloquei um gráfico muito interessante que mostra de maneira bem prática o benefício da diversificação intra-classe em ações, que segue novamente abaixo:

Esse gráfico é o clássico dos clássicos no que tange a diversificação do risco entendido como desvio-padrão, inspirado pelo texto de Evans e Archer (Diversification and the Reduction of Dispersion: An Empirical Analysis, 1968), que é considerado pedra fundamental desse entendimento.

Vamos ver na prática como fica o desvio-padrão com o número de ações adicionadas. Segue tabela retirada de Statman (How many stocks make a diversified portfolio, 1987), por sua vez retirado de Elton e Gruber (Modern Portfolio Theory and Investment Analysis, 1984):

Como vocês podem ver, adicionar ~15 ações já diminui em mais da metade o desvio-padrão do portfolio. Tudo isso tendo a mesma expectativa de retorno. O mercado obviamente sabe disso e, portanto, NÃO recompensa você por esse risco. Ele presume que, se você possui PETR4, ela está dentro de um portfolio de ações diversificado. Esse risco "extra" é o chamado risco não-sistêmico, que repito NÃO é recompensado pelo mercado.

Para piorar a história, devido à obliquidade do retorno das ações explicado aqui, se você possuir um número pequeno de ações há MENOS de 50% de chance de se igualar o retorno do mercado, pois quanto menos ações você tiver maior será a dispersão do resultado. Imagine que você tenha 3 ações e uma dela seja LUPA3 ou VAGR3: seu portfolio vai por água abaixo, em definitivo, sem você ser recompensado por estar tão concentrado.

O canto da sereia, no entanto, é outro: estude, dedique-se, leia muitos balanços que você será recompensado escolhendo empresas ótimas e tendo retornos excelentes! Para que investir em 30 empresas se você pode escolher as 3 MELHORES empresas do mercado?

A verdade, infelizmente, é que ainda não é possível prever o futuro lendo balanço, relatório, newsletter, etc. Nesses meus anos de estudo aprendi que nada pode ser feito além de manter os custos baixos, diversificar e, no máximo, expor-se à fatores adicionais de risco (tamanho, valor (pvpa, pe, peg, etc.), momentum, liquidez, losers, etc.). O mercado te recompensa pelo risco que você corre e não pelas horas que você estuda. Somos todos ignorantes quanto ao futuro.

Para aqueles que conseguem prever o futuro, no entanto, eu recomendo se dedicarem a coisas mais úteis...

4-8-15-16-23-42

Rumo aos 500k!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Desiludido com a Teoria Moderna do Portfólio

Sendo direto:

  • Por que a correlação presume-se constante quando na verdade ela aumenta nos piores momentos possíveis?
  • Por que o modelo não é escalonado por uma função desigual da utilidade econômica? Em outras palavras, por que o primeiro milhão vale o mesmo que o centésimo, sendo a realidade bem diferente? (até certo ponto corrigido pela Post-MPT/Fishburne)
  • Por que portfolios otimizados pela MPT muitas vezes possuem os piores índices sharpes subsequentes? Cheiro de data mining.
  • Talvez o ponto mais importante, central de toda a teoria financeira moderna: por que a expectativa de retorno de qualquer classe de ativo presume-se constante quando na verdade a mesma é modificada a depender do valor presente? Comprar o índice Nikkei em 1989 com PL de 95 possui a mesma expectativa de retorno de comprar o DJI com PL de 4 em 1932? Ou os bonds de 30 anos americanos que tiveram retornos de até 20% a.a. possuem a mesma expectativa de retorno de um yield atual que está em 3%? Qual das opções é a mais arriscada? Risco definido não apenas pelo desvio-padrão, mas pela capacidade que o ativo tem de produzir valor. Esse tal do risco, ô bicho estranho...