segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Atualização Mensal: Agosto 2009 (R$81.768,41, +R$9.388,96)

Mais um mês bom, ainda que ilusório. O preço final do dia do PIBB de R$81,26 está absurdamente sobrevalorizado se considerarmos que o IBRX-50 fechou em 7.928 pontos e o PIBB é negociado sempre com um desconto de +-0,5%. Malditos fundos PIBB obrigados a comprar sempre no fechamento...

Gráfico de sempre:



Resultado bastante acima da média em que contribuíram tanto a performance do IBRX-50 quanto os aportes significativos.

AA:



Como informei antes, houve a devolução parcial do empréstimo que foi prontamente investido na bolsa... comprei 100 PIBBs a R$79,33 e 44 PIBBs a R$80,70.

Valores:



Que venha os R$90.000,00! Excelente mês a todos, em especial ao meu amigo Henrique! =D


Notas relevantes:

  • A farra dos aportes muito superiores ao estipulado de R$2.300,00 possui no máximo mais um mês de vida.
  • Existe uma possibilidade remota, porém real, da utilização da antecipação da herança para o empréstimo garantido.
  • Utilizando minha bola de cristal que tem uma taxa de acerto de incríveis 50%, diria que a bolsa está sobrevalorizada...
  • Você sabia que o investidor não precisa "acreditar" na teoria dos mercados eficientes para investir em índices?
  • Eu ODEIO o maldito investidor que vende pra mim 1 ou 3 PIBBs e trava minha ordem inteira! Que tipo de idiota vende 1 PIBB, afinal? Não quer pagar taxa de manutenção da corretora?
  • Tinha esquecido de atualizar as debêntures mês passado.
  • Se eu comprar um chiclete com uma figurinha dentro, é venda casada? ;)
  • A hora da verdade está chegando...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Aplicação prática do método de mitigação do RSR.

Em virtude dos comentários de Rafael, Xico e demais, resolvi mostrar aqui na prática (utilizando o meu portfolio hipotético futuro como base) como minimizar o risco de seu suado dinheiro morrer antes de você :) .

A idéia explicada no post anterior é simples, corroborada por dados históricos não só americanos como de outros países: Como o risco a longo prazo da bolsa é menor do que da renda fixa e a curto prazo o risco da bolsa é maior do que o da renda fixa, nada melhor do que consumir $$$ da renda fixa na época que ela possui pouco risco e da bolsa após alguns anos, quando o risco será bem menor.

Vejam que essa idéia pode mudar radicalmente a noção de alocação de ativos, que é determinada não pela idéia padrão (e pouco discutida) da tolerância ao risco do investidor, mas sim pelo cálculo matemático do desvio-padrão (ou outro parâmetro que você entenda como risco) frente a uma unidade de tempo determinada. Logo, uma questão fundamental precisa ser respondida: em que momento o desvio-padrão da bolsa fica abaixo da renda fixa? 5 anos? 7? 15? Infelizmente não tenho essa resposta, nem teria utilidade obter essa resposta hoje, pois essa pergunta só precisará ser respondida no momento da aposentadoria (ou, no máximo, alguns poucos anos antes).

No meu caso, digamos que quando eu tiver 42 anos eu tenha um portfolio no valor de R$3.000.000,00 conforme planejado. Planejo consumir R$120.000,00 ao ano, corrigidos pela inflação. Com uma alocação de ativos bolsa/renda fixa em 80%/20%, ficaria com R$2.400.000,00 na bolsa e R$600.000,00 na renda fixa. A partir daí eu começaria a retirar R$10.000,00 por mês da renda fixa, INDEPENDENTE do comportamento da bolsa, ATÉ a exaustão dos R$600.000,00. A partir daí, meu portfolio seria 100% bolsa, mas lembrem-se: foram R$2.400.000,00 que ficaram parados por no mínimo 5 anos (600.000/120.000 = 5), provavelmente um pouco mais em virtude do retorno da RF. A partir daí começaria a retirar apenas da bolsa e nunca mais compraria um título de renda fixa. Lembrem-se que toda aposentadoria "antecipada" possui risco, e esse é um dos métodos menos arriscados de se aposentar.

Uma alternativa seria, próximo ao final dos 5 anos, comprar mais R$600.000,00 + inflação em títulos, dando uma folga de + 5 anos para a bolsa. Vejam que esses anos de renda fixa são determinados pela sua alocação de ativos (uma alocação 72/28 me daria 7 anos de tranquilidade, mas um maior risco de não ter retorno suficiente em virtude da menor alocação na bolsa).

Notem que essa não é minha posição final: ainda é um assunto em estudo de minha parte, já que não tenho a menor pressa em me definir quanto a isso!

sábado, 15 de agosto de 2009

Métodos de mitigação do RSR e sobrevivência do Portfolio

Nota: Esse texto tem como base o artigo "Is rebalancing a portfolio during retirement Necessary?" de John J. Spitzer.

Vimos no post sobre RSR que vários estudos foram feitos nos EUA com diferentes métodos de retirada de valores em um portfolio com o objetivo de aumentar a sua sobrevivência após um período definido. Vejam que o foco nesse tipo de portfolio não é o crescimento, mas a mera sobrevivência. É óbvio, no entanto, que quanto maior o crescimento maior tende a ser a sobrevivência deste, mas a gestão de risco passa a ter um papel principal.

No artigo que mencionei na nota acima, John J. Spitzer utilizou vários métodos para saber qual tinha a maior chance de sobreviver num período de 30 anos de retiradas mensais, modificando a alocação em bolsa de 30% a 80%, retirando entre 3% e 7% do portfolio ao ano, corrigido pela inflação. Os métodos foram: Rebalancear a cada ano, retirar o ativo que teve maior performance no ano, retirar o ativo que teve pior performance no ano, retirar da renda fixa sempre que possível e retirar da bolsa sempre que possível.

Independente do percentual retirado e da AA (alocação de ativos), retirar primeiramente da bolsa de valores foi SEMPRE o pior método, chegando a incríveis 100% de falha em algumas situações (retirando 7% a.a. com 40% do portfolio na bolsa, p.ex.).

O melhor método, surpreendentemente, foi efetuar as retiradas sempre que possível da renda fixa (bonds first). A utilização de tal método levará inexoravelmente o portfolio a uma alocação de 100% em bolsa, mas por incrível que pareça essa é a tática com menor risco (se entendermos risco como shortfall risk).

Com a alocação renda fixa/bolsa em 30%/70%, retiradas até 5% ao ano através do método bonds first tem uma taxa de falha de 16%. Se fizermos o rebalanceamento todo ano, a taxa sobe para 29%. Se tirarmos primeiro da bolsa, 49%. Se tirarmos do ativo que rendeu mais no ano, 22%.

A estratégia bonds first é a melhor em TODOS os períodos estudados, INDEPENDENTE da alocação dos ativos e do percentual retirado anualmente. Sempre que o indivíduo efetua o rebalanceamento, o shortfall risk sobe em média 4,8%. O rebalanceamento não diminuiu de forma estatística significante o shortfall risk mesmo em períodos mais curtos de 15, 20 e 25 anos.

Além disso, e corroborando diversos outros estudos, quanto maior a parcela do indivíduo na bolsa (até o limite de 80%), maior a chance de sobrevivência.

O motivo de tal performance faz sentido: a bolsa possui menos risco do que a renda fixa a longo-prazo, como bem mostrou o livro Stocks for the Long Run. Portanto, nada mais lógico do que um "buffer" de curto prazo em renda fixa com o objetivo de diminuir o desvio-padrão do investimento em bolsa com o decurso de alguns anos, mitigando de forma significativa o RSR. Tal fato é tão relevante que sistemas inteiros de retiradas são feitos com base nesse fato (procurem por Grangaard Strategy e textos de Ray Lucia).

Para mais informações, leiam o artigo de John J. Spitzer (em inglês) e o método de Grangaard (em inglês) que mencionei acima.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Me sentindo gente pela primeira vez na vida :)

Com o fim da farra do empréstimo garantido e o início da sua devolução, pela primeira vez na minha vida utilizei o mercado "normal" (não-fracionário) para comprar PIBBs. Terra estranha, ordens de 1.000, 3.000 quotas e eu lá, sardinha-mirim, com minha gloriosa ordem de 100 PIBBs.

O saldo final foi 100 PIBBs compradas a R$79,33 cada. Sem stress de ordens parcialmente executadas como acontece no mercado fracionário. Enriquecimento mesmo 0, pura realocação de ativos.

-----

PS: Alguém por acaso sabe por onde anda o projeto de lei pra regulamentar o IR na poupança? E a medida provisória que iria aliviar o IR dos fundos de renda fixa? Deram xabu?

Brasil-sil-sil...

sábado, 1 de agosto de 2009

Atualização Mensal: Julho 2009 (R$72.379,45, +R$7.907,40)

Essa alta da bolsa tá me preocupando. Quero essa merda barata pelo menos até outubro (mas o que é barato e o que é caro tratando-se de mercado de ações? É tão fácil responder isso quanto comprar na baixa e vender na alta!).

Meus gastos mensais foram altos e serão até outubro conforme mencionei antes. Vou gastar no mínimo R$2.000,00 por mês até lá. Foi uma decisão muito pensada e que hoje não tenho dúvida que está valendo (muito) a pena. Os trocados que ainda assim tenho conseguido juntar são pequenos milagres monetários kkk.

Gráfico que vocês já conhecem (cliquem pra verem maior):


Portfolio cada vez mais gordo (tendendo para a obesidade), com alguns meses de gordura prontinhas para alimentar o urso eternamente a espreita. Crescimento do portfolio de 12,26% no mês.

Alocação de ativos do portfolio:


A mamata do empréstimo garantido vai diminuir ou pelo menos parar de crescer nos próximos meses. Agora é socar o que der em PIBB.

Os juros do empréstimo (~R$250,00) foram utilizados para compra de PIBBs. Foram 23 esse mês a 77,60 cada.

Portfolio em valores:


O ROI tá ficando bonito, mas sinceramente quero essa bolsa baixa até outubro quando vai rolar um aporte significativo que já mencionei aqui!

Notas relevantes:

  • A Link finalmente tomou vergonha na cara e está passando a acompanhar o IBRX-50 pelo ticker IBXL. \o/
  • Ganhei pouco mais de 20 reais esse mês com aluguel de ações(quotas). Já paga a corretagem mensal com juros e correção e ainda sobra pra comprar umas cervas :D
  • Por falar em aluguel, desde fevereiro tenho alugadas 100 PIBBs minhas a 50 e poucos reais cada. Imagine o FUMO que o cara não tá levando hoje kkk.

Excelente Agosto pra todos! Vou curtir meu fds!