quinta-feira, 30 de abril de 2009

Atualização Mensal: Abril 2009 (R$51.262,68, +R$9.223,88)

Caramba, mas que mês excepcional. Além de ter recebido receitas extraordinárias na ordem de R$3.350,00, apliquei praticamente todo meu salário (R$3.000,00) em PIBBs. Pra completar, a bolsa subiu bastante em Abril, o que contribuiu muuuuito pra esse aumento vertiginoso. Pela primeira vez na minha vida meu patrimônio supera os R$50.000,00 !!!!!! Sentimento maravilhoso esse !!!

Gráfico do meu patrimônio e projeção de acordo com o plano:



Isso significa que graças a este mês excepcional eu estou cerca de 3 meses adiantado. Essa folga me dá uma "gordura" razoável para que mesmo que a bolsa caia entre 10 e 15% eu ainda me mantenha dentro do objetivo.

Agora o portfolio:



Tudo dentro do projetado... cerca de 90% em PIBBs e cerca de 10% em RF.

Agora o portfolio em valores:



Mesmo com minha rentabilidade pífia anual (-10,08% quando deveria ser cerca de +15%) ainda consegui ficar acima das minhas projeções em virtude dos aportes acima do planejado. Apesar de tal rentabilidade, continuo completamente confiante em meu porfolio, visto que aplicações em bolsa são para longo prazo. Acredito que ao longo dos anos meu ROI anual geral ficará acima do CDI.

Notas relevantes:

- Com o dinheiro do meu salário comprei ontem 43 PIBBs a R$69,46 cada.
- O valor das debêntures ainda não está corrigido, pois a data de liquidação é apenas em 04/05.

A partir do mês que vem, colocarei também em números exatos minhas RECEITAS, DESPESAS, ROI RF, ROI RV (o único que tenho hoje) e ROI global (que é o que interessa).

Aliás, pensando bem... eu bem que poderia vender tudo e comprar um carro bacana! :P :P :P

terça-feira, 28 de abril de 2009

A TSR (taxa segura de retirada) - Parte I

Digamos que você acabou de adquirir sua independência financeira e vai poder finalmente aproveitar o patrimônio conquistado com muito suor (e inteligência!) ao longo dos anos. Aí vem a dúvida: Quanto retirar por mês? 1% do patrimônio? A rentabilidade líquida? O que você gastar independente do valor? Aí é que entra o complexo tema da TSR...

Antes de tudo devo ressaltar que o que estou colocando aí é material que só encontrei na língua inglesa. Livros como o de Cerbasi, Pai Rico Pai Pobre dentre inúmeros outros de finanças pessoais passam batidos ou dão soluções simplesmente ERRADAS para tal problema. Logo é muito provável que o que vocês lerão aqui seja algo novo e altamente instrutivo para o futuro financeiro de vocês.

O problema todo da TSR é o seguinte: Como fazer retiradas constantes com base em um patrimônio inconstante? Como fazer uma retirada que seja SEGURA e que não deixe você comendo miojo todo santo dia na sua velhice?

Vamos a solução mais comum que as pessoas pensam:

-"Ué Viver de Renda, a solução é muito simples: é só eu retirar apenas a rentabilidade do patrimônio no mês e pronto! Meu patrimônio nunca vai diminuir e mesmo se eu viver 500 anos vou ter sempre dinheiro pra torrar com as menininhas de 20!"

O problema inicial aqui é a inflação... lembra quando um Corsa custava R$7.000,00? Provavelmente não, mas isso foi no início do plano real, 15 anos atrás. Imagina quanto custará um carro popular daqui a 30 anos? 1 milhão vai ser beeeeem menos do que o que vale hoje.

-"E se eu retirar só o a rentabilidade após abatido o INPC (ou IGP-M) do mês? O meu portfolio vai aumentar conforme a inflação e, ainda que menos, ainda vou ter $$ pra pagar a prestação do esportivo que acabei de comprar!!!"

Essa solução é menos pior do que a anterior, mas ainda assim insuficiente. Imagine um mês que a bolsa tenha rentabilidade negativa. Agora imagine 3 anos seguidos a bovespa com rentabilidade negativa. Agora imagine que durante esse período a inflação foi galopante. Agora imagine você se descabelando e pedindo dinheiro na rua pois este será o seu futuro caso aconteça algo parecido (se não perceberam ainda, aconteceu exatamente isso com o Ibov na época 2000-2002). Essa estratégia é insustentável justamente pela alta possibilidade de você passar por períodos de baixa prolongadas que, aliados às constantes retiradas, levam você a consumir completamente o portfolio.

-"Mas Viver De Renda, quem disse que eu quero aplicar na bolsa quando me aposentar?Vou deixar tudo num fundo de renda fixa e só retirar o que superar a inflação! Não tenho risco de baixa já que estarei aplicando em títulos públicos e não em empresas (ações)!"

Essa é uma saída, mas surpreendentemente mais perigosa que a anterior. Você sabia que quem aplica 100% na bolsa a longo prazo tem menos chance do portfolio ir a 0 do que quem aplica 100% em renda fixa? Pois é. Pra quem duvida, aqui vai um gráfico comparando a chance de um portfolio sobreviver 30 anos, com variação do portfolio entre renda fixa e ações (esquerda 100% renda fixa, direita 100% ações):




O problema é que, caso se tratem de títulos pós-fixados, há o risco do governo baixar estupidamente a taxa, como o governo americano está fazendo nesse momento e como o governo japonês já faz há muitos anos. No caso de títulos pré-fixados, há o risco da inflação ser muito acima da rentabilidade do título. E no caso de títulos pré-fixados indexados pela inflação? Essa pode ser sim uma solução viável, desde que:
  • O título esteje com uma taxa alta
  • O título mature daqui há muuuuuuito tempo
Ainda assim, mesmo com títulos de maturidade bem longa existe o chamado "risco de maturidade", que é você se aposentar com títulos pagando 7% ao ano e no vencimento deles, no ato de renovação, eles passem a pagar 1%. É o que está acontecendo nos EUA hoje.

E aí? O que fazer? Desistir? Arriscar e "ver no que dá"? Juntar 10 milhões e retirar 10 reais por mês?

A solução está na chamada TSR, mas isso é assunto pra Parte II...




domingo, 26 de abril de 2009

Um empurrãozinho de ajuda

Como vocês viram em um tópico recente meu, eu coloquei um gráfico em que mostra minha evolução patrimonial ao longo dos meses, chegando aos tão sonhados R$3.000.000,00. Se vocês verem bem, ainda no início do gráfico existe um "pulo" no patrimônio. Vou dar um "zoom" para vocês verem melhor:



Que diferença, hein? Essa discrepância existe pois, ao que TUDO indica, em outubro de 2009 eu receberei como antecipação de herança cerca de R$80.000,00. É algo 100% garantido? Não. É algo 99% garantido? Sim. Por isso resolvi colocar essa antecipação nos planos, que se tudo correr conforme o planejado vai corresponder a 22 (!!!) meses de trabalho a menos.

Tenho plena consciência de como tenho que agradecer por essa oportunidade, de forma que só resta a mim utilizar esse valor da forma mais inteligente possível!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Meu portfolio

Como já descrevi anteriormente, meu portfolio inicial será 90% em PIBBs e 10% em fundos de renda fixa/DI/CDBs/Tesouro Direto/Debêntures, o que render melhor.

Recentemente pude aproveitar duas oportunidades na parte de renda fixa... a primeira foi um empréstimo completamente garantido de R$2.500,00 que me rendem 2% ao mês, por prazo indefinido (posso receber o principal daqui a 10 dias ou daqui a 10 anos), com pagamento mensal dos juros (R$50,00). A segunda foi a reserva de duas debêntures de R$1.000,00 cada da Oi (notícias aqui) com vencimento para maio de 2012, liquidação inicial em 04/05 (o $$ já está separado na corretora) e rendimento de ótimos 120% do CDI -0,03% de taxa de custódia (ridículo) -15% de IR apenas ao final do investimento (não tem como fugir).

Aqui vai o gráfico do meu portfolio HOJE:



E a tabela com valores discriminados:



Não deixa de ser temerário considerar dinheiro em mãos e no banco para capital de giro mensal como parte do portfolio, mas pra ser sincero é mais uma questão prática de colocar tudo junto. Além disso, o capital de giro que deixo no banco está em Fundos DI, CDBs e Renda Fixa de baixa rentabilidade... não fica 1 real sem estar rendendo algo para mim, ainda que sejam apenas trocados!

Ainda terei alguns gastos esse mês, mas se a bolsa ajudar existe a possibilidade de eu terminar o mês com a marca histórica de R$50.000,00!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Juntando tudo no liquidificador

Agora que já falei detalhadamente sobre cada aspecto do meu plano, vamos consolidar tudo:

- Objetivo: Me tornar financeiramente independente.
- Prazo: 1º de novembro de 2025 (16 anos e 6 meses +-)
- Rentabilidade bruta esperada: 1,2% a.m.
- Aporte mensal: R$2.300,00 fixas durante todo o período.
- Despesa mensal média esperada: R$5.000,00 em reais de hoje ou R$10.000,00 em reais de novembro/2025.
- Período de usufruto da aposentadoria esperada: 55 anos (tomara que chegue a tudo isso!)
- Inflação projetada: 4,29% ao ano.
- Capital final projetado: R$3.090.171,32
- Retirada mensal projetada durante a aposentadoria: 0,33% do Patrimônio Líquido. (4% ao ano)

O método: aplicação mensal de no mínimo R$2.300,00, distribuído 90% em renda variável e 10% em renda fixa. A renda variável deve ser feita prioritariamente em PIBBs, a renda fixa no que estiver com a melhor rentabilidade.

Aqui vai um gráfico com a projeção do meu patrimônio durante os anos:



E aqui vai o gráfico de como tenho me saído até agora:



Como vocês vêem, tive um início excelente, depois vi meu patrimônio cair por 2 meses seguidos mesmo investindo acima da média em decorrência da extrema desvalorização do PIBB e consquentemente da bolsa em geral. Fui aos poucos me recuperando e hoje encontro-me numa situação boa, até porque ainda tenho que adicionar o meu salário de R$3.000,00 que recebo no final do mês! Portanto, a expectativa é que eu esteja entre 2 e 3 meses adiantado no final de abril!

Nos próximos posts vou detalhar como está dividido meu portfolio e um aporte substancial que devo receber ainda esse ano!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Comissões/Taxas/Impostos e seu efeito devastador

Vivemos num país de altas taxas, tanto de juros quanto de administração. Não é incomum ver grandes bancos cobrando 4,5% ao ano num fundo de renda fixa, ou inacreditáveis 4% de tx. de administração e 5% de tx. de carregamento num fundo de previdência privada. Se você tem dinheiro aplicado em um fundo desses, parabéns! Você é mais um OTÁRIO dos milhões de brasileiros que não sabem investir seu dinheiro.

Mais uma vez recomendo o site Firecalc. Ele possui uma ferramenta que investiga como a taxa de administração do seu Portfolio influi na taxa de sobrevivência da sua aposentadoria antecipada. Quando as taxas chegam a 1,5, 2, 3% a coisa fica feia... a sua chance de sobrevivência chega a cair mais de 50%(!!!) somente com o valor da taxa. Ficou impressionado? Então é bom fazer algo a respeito.

No meu caso, tenho enorme tendência a investir em fundos/produtos com baixíssimas taxas de administração. Na RV, invisto totalmente em cotas PIBB que possuem ridículos 0,059% ao ano de taxa de administração, de forma que a cada 10 mil reais eu pago R$0,49 (você leu certo.. . 49 centavos) por mês de taxa. Como eu preciso comprar essas cotas na bolsa de valores, utilizo a ATIVA que me cobra R$15,00 por operação, sem taxa de custódia. Como invisto em média R$1.500,00-R$3.000,00 em apenas uma operação por mês, o custo fica cerca de 1-0,5% independente do tempo que ficar. Como vou manter essas ações por no mínimo 17 anos, isso dá 0,059-0,029% AO ANO, ou 0,0049%-0,0024% ao mês... algo realmente ridículo. Note que desprezei emolumentos/ISS cobrados na bovespa (que dá em média 1 real) e a corretagem que pagarei daqui a vários anos quando vender as ações.

Na parte de renda fixa, investirei em debêntures da Oi que possui taxa de custódia de 0,03% ao ano e em um empréstimo garantido em que não pago taxa de administração. Apenas pro dinheiro de capital de giro do mês (que não supera R$800,00 na maioria das vezes) pago 4% de tx. de administração num fundo bradesco em 50% do capital de giro (ou seja, R$400,00), já que não dá para investir em poupança (o dinheiro fica por menos de 30 dias) nem em TD (sem liquidez necessária), muito menos ações (muito risco). Os outros 50% vão para CDB que não cobra tx. de administração, mas acaba rendendo +- igual ao fundo do bradesco já que este cdb me rende fenomenais 77% do CDI.

Estou me atropelando um pouco nessa conversa de capital de giro, já que é material pra outro post, mas é bom deixar claro que essa explicação toda no parágrafo anterior referente ao capital de giro pouco influi na minha rentabilidade (afinal 0,5% de R$800,00 são apenas 4 reais).

Outro fator a atentar é o imposto de renda e se esse imposto é aplicado de tempos em tempos ou apenas no vencimento. Algumas estratégias devem ser adotadas:

  • Se você aplica em ações, procure vender menos de R$20.000,00 no mês. Nesse caso você está isento de IR, independente do ganho capital que houve. Essa é uma verdadeira ponte de ouro que todos que aplicam em ações diretamente devem aplicar (e é até um estímulo para não aplicar em fundos de ações, que cobram 15% independente do valor realizado).
  • Se aplicar em renda fixa, procure títulos com vencimentos longos (alguns títulos do TD, CDB de 5 anos, Debêntures com prazos longos) e evite aqueles que possuem come-cotas (fundos DI e RF "pega-otário", títulos do TD com vencimentos curtos ou com pagamentos de prêmio semestrais). Não se esqueçam, no entanto, da liquidez... de nada adianta comprar um título do TD com vencimento integral para 2020 se você pretende se aposentar já em 2015, p.ex... a liquidez aqui é um fator importantíssimo que deve ter preferência ao pagamento de imposto, afinal deve-se sempre manter o fluxo de caixa.
Para ilustrar a questão, vai aqui um gráfico do excelente livro "Investment Analysis and Portfolio Management" de Frank Reilly sobre um mesmo investimento com a mesma rentabilidade nominal, mas um pagando taxas anuais e outro só pagando taxa no final do investimento.




Diferença de "somente" 100%!!! Vejam como detalhes do seu plano podem acarretar a falha ou o sucesso dele... coisas aparentemente inocentes como tx. de administração, impostos, inflação podem fazer uma diferença ENORME no seu patrimônio que ao final determinarão se você se aposentará aos 40 ou aos 65 anos...

domingo, 19 de abril de 2009

O monstro chamado inflação

Seguindo a ordem do plano preliminar que coloquei aqui no blog, vamos falar agora da inflação.

Não tenho a menor dúvida que a inflação é a variável em que as pessoas são mais displicentes... é muito comum vermos cálculos para aposentadoria desprezando completamente a inflação, o que é um absurdo, pois até você se aposentar o valor acumulado pode valer 50%-25% do que valia. SEMPRE tenha em mente inflação... ela é um adversário que você terá que superar mês a mês.

No meu plano, a idéia é me aposentar em 2025. São menos de 17 anos. Presumi uma taxa de inflação de 4,29% ao ano. Isso dá exatamente 100% de inflação acumulada (calculado aqui). Ou seja, se quero ter um padrão de vida de R$5.000,00 com reais de hoje deverei gastar R$10.000,00 em 2025 para ter o mesmo padrão de vida.

Infelizmente, inflação é algo que não temos controle. Se meu custo de vida em 2025 ao invés de R$10.000,00 for R$15.000,00 não me resta outra alternativa senão esperar mais um pouco e continuar acumulando... não há o que se fazer, infelizmente. 4,29% ao ano de inflação tem se mostrado dentro da média dos objetivos do Banco Central e da realidade brasileira.

Portanto, sempre fiquem de olho na inflação quando forem projetar crescimento patrimonial por longos períodos, ela corrói seu patrimônio de forma silenciosa, sem que você perceba.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A duração da vida pós-aposentadoria

Não há muito o que se falar quanto a isso... quanto mais tempo você viver, mais dinheiro precisará. O problema (ou não) é que você não sabe por quantos anos estará vivo... e isso complica as coisas.

O óbvio é que temos que ser conservadores nesse quesito. Como o plano é me aposentar aos 42, meu planejamento é viver por + 50 anos.

Um fator que varia bastante com o tempo de vida pós-aposentadoria é a composição do seu portfolio. Quanto mais tempo, mais exposição à renda variável (e portanto mais risco) você deve correr, a não ser que você acumule muito mais dinheiro. Dá pra brincar no FireCalc (excelente, por sinal) e comprovar isso que disse.

Para quem quer se aposentar mais tarde (50-60 anos) a exposição ao risco pode ser bem menor, cerca de 20-40% em RV (renda variável). Mas lembrem-se de algo fundamental: existem vários estudos que mostram que menos do que 20% de exposição em RV não vale a pena em NENHUM caso. Na verdade aplicando uma quantidade baixa em RV você consegue BAIXAR o risco e AUMENTAR a rentabilidade... e quem não quer dinheiro de graça?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A despesa mensal média

Taí um item de suma importância que muitas vezes é sumariamente ignorado. De nada adiante fazer um plano pretendendo gastar R$1.000,00 por mês se quando você chegar lá quiser um padrão de vida de R$10.000,00.

Aqui cada centavo faz uma diferença assustadora. Pelos meus cálculos, cada R$1,00 a menos mensal que se pretende gastar são R$300,00 a menos que você precisa ter. Logo, se você conseguir reduzir suas despesas de R$7.000,00 para R5.000,00 ao mês, isso significa R$600.000,00 a menos de patrimônio necessário. Nada mal, não é?

No meu caso, é difícil prever quanto pretendo gastar daqui a 17 anos. Primeiro por razões óbvias: ninguém sabe ao certo como viverá daqui a um prazo tão longo. Ainda assim, previ que cerca de R$5.000,00 reais ATUAIS (ou R$10.000,00 com reais de 2025) será o suficiente para viver confortavelmente.

Já vivi com uma ex-namorada por 1 ano, tomando conta de todas as despesas, receitas, etc... nossa despesa conjunta era de R$3.000,00-3.200,00, sendo que juntávamos ao menos uns R$200,00 no mês (insistência minha) e ela ainda era compulsiva por roupas (insistência dela), além de pagarmos aluguel de R$500,00 todo santo mês. No entanto, não tínhamos luxo algum e o dinheiro era contado. Então, se com R$3.000,00 dois vivem apertados num apartamento de aluguel sendo que um deles é gastador compulsivo, R$5.000,00 deve ser suficiente para uma pessoa viver confortavelmente. Perguntando para amigos mais próximos também chegamos mais ou menos nesse valor.

Uma variável muito importante: filhos. No meu caso, não pretendo nem quero ter filhos. Prefiro gastar meu tempo e dinheiro com amigos, família e diversões pessoais, ao invés de seguir esse caminho de muito stress, gastos, amor, alegria e preocupação. Esse com certeza é um assunto que irá render muitos posts hehehe...

Outra variável: Mulher. Atualmente estou solterio, após um longíssimo relacionamento. Sei bem que mulher = gasto. Pretendo ser radical... se me casar um dia, será com separação total de bens, dividindo TUDO. Não vou me matar de trabalhar e juntar um monte de dinheiro para alguém entrar na minha vida e ajudar a sugar. Posso estar parecendo egoísta, mas prefiro a palavra REALISTA: a mulher não lutou sempre pela igualdade de direitos, feminismo, etc? Então que junte seu dinheiro e se aposente mais cedo ou trabalhe até aos 60 anos... a escolha é dela e só dela. Eu quero uma mulher que me ajude, que seja alguém que vá me adicionar em todos os sentidos, emocional, afetivo, companhia e também financeiro... não nasci para sustentar ninguém nem pra ser o vulgo "capitão-salva-puta"!

Duração do plano

Quanto mais tempo você juntar dinheiro mais dinheiro você terá. Isso é óbvio. No entanto, essa informação pode ser tentadora, pois SEMPRE valerá a pena financeiramente você juntar por mais tempo.

No entanto, uma coisa é FUNDAMENTAL que se tenha em mente. Se aposentar antecipadamente, viver de renda, ser financeiramente independente, o que for, é algo ACESSÓRIO de algo muito mais importante: SUA VIDA. Do que adianta trabalhar até os 70 para então se aposentar com R$50 milhões e morrer aos 75? A vida deve ser vivida o mais intensamente possível, pois nossa estadia aqui é curta, mas muito curta para ser gasta dentro de um cubículo gerador infinito de stress. Ou seja, junte sua grana, faça suas malas e CAIA FORA! Vá aproveitar a vida. Essa informação também vale para a pessoa não guardar tanto dinheiro ao ponto de se privar... de nada adianta deixar a vida em "stand-by" por 15 anos para só após se aposentar começar a viver. Esse é um erro muito comum e muito fácil de se cometer.

Tendo isso tudo em mente (repito, é importante todos entenderem bem o parágrafo anterior) planejo me aposentar aos 42 anos. Logo, serão pouco menos de 17 anos de caminhada. No meu caso é uma idade que não me forçará a me privar durante o período acumulativo e nem tão longe que eu não tenha saúde para aproveitar o período sem trabalho.

Quanto guardar por mês

No meu plano, planejo guardar R$2.300,00 por mês. Essa talvez seja uma das variáveis mais importantes. Me desculpe a galera mais pobre, mais você não chegará a lugar NENHUM investindo R$50,00 ou R$100,00, a não ser que você junte por mais de 30 anos, quanto então R$1 milhão valerá pouco mais de R$250.000,00 em reais de hoje. Portanto leia bem: GAURDE O MÁXIMO POSSÍVEL. Um centavo guardado é um centavo ganho.

Felizmente nos últimos meses tem me sobrado mais do que R$2.300,00. O que eu faço com a diferença? Viajo? Gasto com GPs? Cerveja? Não, GUARDO, e mantenho o mesmo padrão de vida que tenho e que me satisfaz plenamente.

Essa talvez seja a partir que eu fiz mais "corpo mole" no meu plano, pois decidi não corrigir esse valor pela inflação ou um valor superior. O valor está fixo. Ou seja, em 2015 p.ex. devo juntar os mesmos R$2.300,00. Claro que provavelmente juntarei muito mais, até porque se facilitei aqui eu dificultei na rentabilidade de 1,2% ao mês, de forma que um deve compensar o outro de forma sincronizada com o tempo.

A rentabilidade

Rentabilidade: No meu plano eu coloquei uma rentabilidade média bruta de 1,2% ao mês. Isso dá 15,39% ao ano. Pode parecer alto para longos períodos (e é), mas esse valor precisa ser explicado:

  • 90% do meu patrimônio está na bolsa de valores
  • boa parte dos 10% restantes em renda fixa rendem em média acima de 100% do CDI bruto.
  • Esse valor é bruto, ou seja já imbuti nesse valor a inexorável inflação mensal, que pode tranquilamente abater 0,3-0,4% ao mês, tornando o retorno líquido cerca de 0,9 a 0,8% ao mês.
  • Já está imbutido nesse percentual o probabilíssimo aumento das contribuições mensais, que estão fixas durante todo o período. Investir um valor hoje é bem mais difícil do que daqui a 15 anos.
  • Volta e meia aparecem oportunidades que podem render rendimentos anormais. Por exemplo, hoje eu tenho emprestado R$2.500 reais numa operação 100% garantida que me rende 2% ao mês.
Ou seja, apesar de a princípio a taxa de 1,2% ao mês possa assustar um pouco, vejo como plenamente viável, primeiro por concentrar meus investimentos na bolsa, por não abater a inflação desse percentual e por poder compensar a taxa com aportes maiores, criando um efeito sinergético.

O plano

Meu objetivo: Passar a viver de renda aos 42 anos.

O plano: Para que você possa se tornar financeiramente independente jovem você precisa de muito, mas MUITO dinheiro, já que o objetivo é passar décadas sugando de um patrimônio. Mas como determinar essa quantia?

O valor necessário depende de algumas variáveis:

- A rentabilidade que você obterá(quanto maior, melhor);
- A quantia que você pretende guardar por mês (quanto maior, melhor);
- Por quanto tempo você pretende juntar dinheiro (quanto maior, melhor);
- A sua despesa mensal média (quanto maior, pior);
- Por quantos anos você pretende viver (quanto maior, pior);
- A inflação do período (quanto maior, pior).
- Qual a tributação/comissão dos seus investimentos que você irá pagar (qunato maior, pior)

Cada item desse merece seu próprio post, pois se você se descuidar de QUALQUER um desses items você pode colocar tudo a perder. Esse plano, apesar de genérico e abstrato, não admite falhas uma vez implementado... (imagine eu velho mendigando por comida por não ter planejado corretamente!!!)

O Histórico

Esse será um post de referência. Como que eu comecei a juntar dinheiro? Onde pretendo chegar?

Hoje eu possuo 2X anos. Pretendo ao completar 42 anos me tornar financeiramente independente. O que é ser financeiramente independente? É não depender do trabalho para me manter. É poder ficar de perna pro ar o dia inteiro e ainda assim poder me manter.

São menos de 1X anos de caminhada. Um prazo curto para aposentadoria, um prazo médio para uma vida, um prazo enorme para quem quer se ver livre da "corrida dos ratos" o mais rápido possível.

Quando eu comecei a juntar dinheiro? Desde que comecei a estagiar/trabalhar eu procurava guardar algo, mas nunca de forma consistente; nunca com um plano estruturado pela frente. Dessa forma, em fevereiro de 2008 meu patrimônio eram meros R$3.000,00 que eu tinha na conta-corrente (que na época eu achava uma quantia enorme).

Eu já possuía anos de leitura sobre mercado financeiro, bolsa de valores, finanças pessoais, etc. No entanto, não tinha "bala na agulha" pra poder investir como queria. Isso só foi ocorrer a partir de março de 2008. A partir daí eu fui ter um plano, um objetivo, quase uma obsessão...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Início

Esse será um longo blog. Longo no sentido de que irá durar vários anos (se assim o Deus Google/Blogger permitir).

Meu objetivo? Tornar-me financeiramente independente aos 42 anos.

Como? Roubando um banco? Jogando na mega-sena? Virando político? Traficando drogas? Vendendo merdalife? Não, de um modo que qualquer ser humano pode se tornar rico, basta ter disciplina, dedicação e paciência...